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Artesanato com palha de Butiá de Torres se torna Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul

por Melissa Maciel
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Artesã Elita Pacheco Daltx, uma das detentoras do conhecimento tradicional

Em um marco histórico para a região de Torres, o reconhecimento oficial do artesanato com palha de butiá como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul será formalizado em uma cerimônia especial. O Governador Eduardo Leite e a Secretária Estadual de Cultura, Beatriz Araújo, estarão presentes na celebração, agendada para o dia 17 de agosto, às 14h, no Memorial do Rio Grande do Sul, no Centro de Porto Alegre.

Essa conquista, de acordo com informações do Instituto Curicaca, representa o árduo trabalho realizado em conjunto com as detentoras do conhecimento tradicional, tendo como importante parceiro o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE). A técnica de artesanato com palha de butiá, transmitida de mãe para filha ao longo de seis gerações nas famílias rurais da região, é agora o segundo patrimônio cultural imaterial do estado.

Valor agregado

O fazer artesanal com palha de butiá carrega consigo uma rede complexa de significados. Com mais de 150 anos de história, essa prática possui relevância histórica, econômica, social, ecológica, estética e afetiva profundamente enraizada no ecossistema dos butiazais. Valores simbólicos como cuidado, criatividade, resiliência e autonomia das mulheres, bem como a importância da convivência e memória, conferem singularidade e identidade cultural a esse ofício.

As folhas secas e tratadas dos butiás são habilmente trançadas para criar peças centrais como chapéus, bolsas e tapetes, incorporando conhecimentos técnicos e da natureza. Desde a infância, quando aprenderam essa arte, o processo de trançar está intrinsecamente ligado a brincadeiras; na adolescência, ao acolhimento e diversão; na idade adulta, se transforma em uma fonte crucial de renda, possibilitando a aquisição de vestuário e livros para seus filhos. Na terceira idade, o trançado torna-se uma forma terapêutica de cultivar memórias e boas lembranças.

Contudo, a jornada rumo ao reconhecimento revelou que essa rica tradição está ameaçada. A transmissão intergeracional dessa técnica enfrenta fragilidades, enquanto os butiazais, fonte de matéria-prima essencial para o artesanato, estão em vias de extinção. Para enfrentar esses desafios, um plano de salvaguarda já está em vigor, impulsionado pelo Instituto Curicaca e seus parceiros. Agora, com o compromisso da Secretaria Estadual de Cultura e da Prefeitura de Torres, esse esforço coletivo busca assegurar que essa forma única de expressão cultural continue a brilhar nas gerações vindouras.

Conheça o trabalho das artesãs de Torres, em: http://www.artesdobutia.com.br/

Com informações e fotos do Instituto Curicaca.

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