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Polícia Civil inaugura em Torres a 82ª Sala das Margaridas

por Melissa Maciel
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O número 82 marca mais uma conquista do projeto que revolucionou a abordagem da Polícia Civil em relação às mulheres vítimas de violência. Hoje, sexta-feira (22), a Delegacia de Polícia Civil de Torres oficializa a instalação da octogésima segunda Sala das Margaridas no estado, sendo a quarta no Litoral Norte gaúcho. Outras estão localizadas nas delegacias de Capão da Canoa, Osório e Balneário Pinhal. Até então, Torres possuía apenas uma sala denominada Sala Lilás, uma iniciativa destinada a fornecer atendimento especial aos casos de violência doméstica, uma vez que a unidade não possuía uma Sala das Margaridas.

Outras salas estão localizadas nas delegacias de Capão da Canoa, Osório e Balneário Pinhal | Foto: Léo Selau

De acordo com a inspetora de Polícia de Torres, Maristela de Souza, com 20 anos de carreira policial, e encarregada de estar à frente da Sala das Margaridas de Torres, o espaço dedicado exclusivamente às vítimas de violência doméstica e seus filhos tem como principal objetivo acolher e encorajar mulheres no processo de rompimento do ciclo de violência. Essas salas são equipadas para o registro de ocorrências, realização de depoimentos e todas as demais ações previstas na Lei Maria da Penha, incluindo a solicitação de medidas protetivas, proporcionando à vítima um ambiente privativo e sem a necessidade de reviver o trauma infligido pelo agressor.

“Além disso, muitas mulheres procuram a Polícia Civil quase diariamente, não apenas para registrar uma ocorrência, mas também para buscar orientação. Na Sala das Margaridas, elas podem encontrar acolhimento, escuta e encaminhamento para a Rede Lilás de Torres, que reúne profissionais de diversas áreas, como serviço social, saúde, psicologia, atuação em conselhos tutelares, polícias, sistema de Justiça, universidade e sociedade civil organizada”, explica Maristela.

Nos últimos 5 anos, o Estado totalizou 470 casos de feminicídios, sendo 110 em 2022 e 87 em 2023 | Foto: Léo Selau

Outra conquista nos últimos anos, segundo a inspetora de Polícia, são os agentes policiais treinados para lidar com esse de atendimento. Segundo ela, a Sala das Margaridas da Delegacia de Torres contará com a sua coordenação, com a ajuda de uma estagiária de Direito cedida pela Prefeitura Municipal de Torres. No entanto, como a Delegacia opera 24 horas, caso não haja pessoal disponível durante o expediente para o atendimento, outros policiais estão capacitados para lidar com mulheres vítimas de violência doméstica.

A PRIMEIRA MARGARIDA

Há pouco mais de quatro anos, em agosto de 2019, florescia a primeira Sala das Margaridas em Santiago, na região das Missões. Na época, a cidade foi escolhida como piloto de um projeto cuja magnitude dos benefícios para as mulheres vítimas de violência ainda não se conhecia. Em apenas 2 meses, uma nova unidade foi instalada em Montenegro. A partir daí, novas unidades passaram a ser criadas ao redor do estado, proporcionando às mulheres atendimento por meio dessa nova perspectiva oferecida pelas Salas das Margaridas.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM TORRES

De acordo com os dados do Observatório de Violência Doméstica da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, o Mapa do Feminicídio de 2023 registrou uma redução de 21% nos crimes em comparação ao ano anterior (2022). Nos últimos cinco anos, o estado totalizou 470 casos de feminicídio, sendo 110 em 2022 e 87 em 2023.

Espaço tem como principal objetivo acolher e encorajar mulheres no processo de rompimento do ciclo de violência | Léo Selau

Em relação à situação em Torres, a inspetora Maristela destaca que, dentro do contexto da violência doméstica, as mulheres são as principais vítimas, seguidas por crianças, especialmente vítimas de estupro de vulnerável, e idosos. Somente em 2023, a Delegacia de Polícia Civil de Torres registrou 1.688 ocorrências de violência doméstica, envolvendo ameaças, calúnias, lesões corporais, violência patrimonial, violência psicológica e dois casos de feminicídio. Também estão incluídas nesse escopo mães agredidas por filhos envolvidos com drogas.

“É importante ressaltar que os dois casos de feminicídio ocorridos em Torres durante o ano de 2023 não foram registrados na Delegacia. Isso nos indica a necessidade de conscientizar as mulheres a procurarem este espaço, a Sala das Margaridas, especialmente dedicado a elas, seja para registrar uma ocorrência ou para serem encaminhadas a advogados, psicólogos, assistência de trabalho, entre outros. Contamos com a Rede Lilás para fornecer apoio às mulheres que desejam sair de relacionamentos abusivos e violentos”, declara Maristela, informando que cerca de 50% das vítimas não registram ocorrência.

A Delegacia de Polícia Civil de Torres está localizada na Rua Manoel de Matos Pereira, 138, no Centro de Torres. Denúncias também podem ser feitas pelo WhatsApp, através do número (51) 98600-1942.

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